
A operação “Dejá Vu”, deflagrada na manhã desta quinta-feira (2), na Assembleia Legislativa, pode ter ligação com desvio de dinheiro de Verba Indenizatória (VI). Em entrevista coletiva, o presidente da Casa de Leis, Eduardo Botelho (DEM), revelou que recebeu poucas informações sobre a operação, mas que a suspeita seria de ‘notas frias’ por meio das Vis, usando laranjas.
Segundo informações apuradas ainda pelo Site Única News, a operação estaria relacionada a pagamentos de serviços não prestados por meio da Verba Indenizatória dos deputados. Atualmente, os parlamentares recebem R$ 65 mil, no entanto, até 2014 era de R$ 35 mil.
Conforme decreto, os deputados recebem o valor diretamente pela conta bancária. Até 2014, era necessário que os deputados estaduais comprovassem os gastos da verba indenizatória com notas fiscais. Já, atualmente, não há necessidade desta comprovação nos gastos de R$ 65 mil.
De acordo ainda com o deputado Botelho, os agentes não o privilegiaram com informações sobre a operação, porém, informou que alguém teria delatado ao Gaeco sobre supostos serviços não prestados aos parlamentares, por meio das Vis, usando notas frias. Os documentos que estão sendo procurado é referente aos anos de 2012 a 2015.
O promotor Justiça Marcos Bulhões declarou à imprensa, ao sair da Assembleia, que a operação está sob sigilo e maiores informações só poderão ser informado, caso o órgão suspenda o sigilo.
"Estamos à procura de documentos, se a gente encontrar o que estamos procurando, podemos colocar fim às varreduras na Casa. Estamos procurando documentos que comprovem os fatos que estamos investigando, se acharmos, vamos embora", declarou Bulhões.
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o deputado estadual Eduardo Botelho, declarou que os documentos procurados pelo Gaeco tem relação a ele próprio, o ex-deputado Walter Rabelo (já falecido), os deputados Zeca Viana (PDT), Wancley Carvalho (PV) e “entre outros”, os quais ele não citou nomes.
“São várias coisas ligadas ao ex-deputado Walter Rabelo, deputado Zeca, Wancley, Botelho, vários deputados. Tudo ligado a suprimento de fundos e verba indenizatória”, disse o presidente.
A operação
Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), na manhã desta quinta-feira (2) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Segundo o Ministério Público Estadual, a operação tem por finalidade a obtenção de provas para subsidiar investigações em curso e apuração dos crimes de associação criminosa, supressão de documentos e peculato, com envolvimento de servidores públicos, empresários e parlamentares estaduais.
Os mandados foram expedidos pelo desembargador João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e são cumpridos por membros do MPE e policiais civis e militares.
Foram vasculhadas várias secretárias da Casa de Leis, como a Secretaria Finanças e o Instituto Memória.
"Déjá vu" é um galicismo que descreve a reação psicológica da transmissão de ideias de que já se esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento externo.