Operação Red Money cumpre 94 mandados de prisão e quer descapitalizar facção criminosa. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
A operação Red Money, realizada hoje (dia 8) pela Polícia Civil do MT (Mato Grosso), cumpre um mandado de prisão em Campo Grande. Ao todo, são 94 ordens de prisão preventiva contra membros de um fação criminosa do MT. Em Mato Grosso do Sul, a operação busca um suspeito que está em liberdade. O nome dele não foi informado e uma entrevista coletiva será realizada à tarde.
Das 94 prisões, 30 são internos de presídios (29 no MT e um no Pará). Do lado de fora são procurados 51 suspeitos na região metropolitana e 11 no interior do MT (Rondonópolis, Sinop, Nova Olímpia, Sorriso, Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte e Poconé).
Outros dois alvos terão os mandados cumpridos fora de Mato Grosso. São dois suspeitos no Estado do Pará (um preso no Presídio de Tucuruí e um solto na cidade de Jacundá) e um em Campo Grande.
Extorsão de comerciantes - Iniciada há 15 meses, a operação mira o patrimônio para descapitalizar a principal facção criminosa, cujas lideranças estão no maior presídio de Mato Grosso, a Penitenciária Central do Estado.
Segundo a apuração, a organização desenvolveu internamente um sistema de arrecadação financeira próprio, criando um grande esquema de movimentação financeira e lavagem de dinheiro, com utilização de empresas de fachadas, contas bancárias de terceiros e parentes de presos.
Foram identificadas as três principais fontes de recurso: mensalidade paga pelos faccionados, chamadas de “camisa”; cadastramento e mensalidades pagas por traficantes ou por cada ponto de venda de droga, conhecidas por “biqueiras”; e cobrança de “taxa de segurança” de comércios (extorsão de comerciantes).
O juiz Marcos Faleiros do Silva, da 7ª Vara Criminal, determinou o bloqueio de 80 contas correntes, sequestro de uma fazenda no município de Salto do Céu (MT), duas casas e um terreno em Cuiabá, dois caminhões e cinco automóveis.
Pirâmide - O sistema de arrecadação financeira da facção investigada na operação Red Money assume formato de pirâmide. No topo está o núcleo de liderança e na base dezenas de contas bancárias, com movimentação menor, que fazem a captação de dinheiro, e, gradativamente, repassam às contas maiores.
Coordenador de Inteligência da Polícia Civil, o delegado Luiz Henrique de Oliveira afirma que a deflagração da operação corresponde ao fechamento de uma etapa importante da investigação e agora iniciará um trabalho mais técnico, de análise dos documentos apreendidos, interrogatórios, oitiva de testemunhas, identificação de outros suspeitos.
A operação Red Money mobilizou 520 policiais civis (98 delegados, 350 investigadores, 102 escrivães) para o cumprimento de mais de 230 ordens judiciais.
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