Operação contra facção prendeu 94 e apreendeu mais de 60 carros



Ação desmontou esquema de arrecadação de dinheiro montado pelo Comando Vermelho

Policiais da GCCO cumpriram mandados de prisão em todo o estado





A Polícia Civil apreendeu uma fazenda, duas casas em condomínios fechados e mais de 60 carros durante a Operação “Red Money”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (8), em todo Estado. Ao todo, 94 pessoas foram presas.



A ação desmontou um esquema de arrecadação de dinheiro desenvolvido pela facção Comando Vermelho, cujos capitais são oriundos de pagamento de mensalidade de membros da organização e traficantes e taxas de falsa segurança em comércios.



Outra fonte de renda seriam crimes articulados de dentro dos presídios, como roubos e furtos de veículo e agências bancárias, tráfico de drogas e estelionato, entre outros.



o total de presos, 29 já cumpriam penas em cárcere privado em presídios do Estado.



Apreensões



De acordo com o delegado Gustavo Belão, da Delegacia de Roubos e Furtos da Capital (Derf), foram apreendidos mais de 60 veículos - que juntos somam aproximadamente R$ 1,7 milhão – além de jóias e dinheiro.



A fazenda apreendida fica localizada em Salto do Céu. Além disso, foi feita a interdição de duas empresas de informática, localizadas em Várzea Grande, que eram usadas para a realização de lavagem de dinheiro.




Alair Ribeiro/MidiaNews



Durante as investigações, a polúicia identificou que os criminosos movimentaram cerca de R$ 50 milhões por meio de 44 contas bancárias, entre entradas e saídas.



“É importante ressaltar que esse dinheiro não era só da facção. Uma parte dele sim, mas essas contas eram utilizadas para movimentar dinheiro ilícito obtido a partir de crimes praticados pelos indivíduos faccionados, como tráfico de drogas e estelionatos”, explicou o delegado Luiz Henrique Oliveira da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).



Segundo a polícia, a facção arrecadava, por mês, cerca de R$ 170 mil - mais de R$ 1,2 milhão por ano - com as mensalidades pagas pelos membros, além de outras fontes de sustentabilidade da organização criminosa.



Principais lideranças



Segundo o delegado Luiz Henrique Oliveira, os dois grandes líderes da facção foram identificados como Jonas Souza Gonçalves Júnior, conhecido como “Batman”, e Francisco Soares Lacerda, o “Brasília”.




Polícia Civil de MT

Operação resultou na apreensão de mais de 60 carros em Mato Grosso

Ambos estão presos e tinham as suas esposas como comparsas. A participação das mulheres consistia no fornecimento de suas contas bancárias pessoais para a lavagem de dinheiro.



Conforme a investigação, as empresas “fantasmas” foram constituídas em fevereiro de 2017 e estão no nome de Jonas. Ele é condenado por assalto a agências bancárias e um dos responsáveis pelo departamento financeiro da organização.



A empresa dele movimentou cerca de R$ 800 mil em apenas quatro meses. No período de um ano e seis meses, houve circulação de algo em torno de R$ 5 milhões.



Francisco também foi identificado como o integrante que trabalhava com o financeiro das empresas. Segundo a Polícia Civil, ele usava o nome da esposa, na maioria das vezes, para movimentações e aquisições ilícitas patrimoniais.



Avaliação da operação



O delegado Fernando Vasco, diretor-geral da Polícia Civil de Mato Grosso, afirmou que a ação é uma das maiores já realizada pela categoria nos últimos tempos e comemorou o êxito da ação, pontuando que foram gastas "inúmeras horas de trabalho e de representação à Justiça".



“A gente sabe que colocar uma pessoa atrás das grades tem uma implicação muito grande. Então, é necessário que a Polícia Civil tenha responsabilidade de apresentar trabalho técnico para que, realmente, o indivíduo que foi responsabilizado, responda pelos seus atos”, disse Vasco, durante entrevista coletiva na sede da Polícia Civil.

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