
Durante a audiência para esclarecer que não voltou a atuar no jogo do bicho, o advogado de João Arcanjo Ribeiro, Zaid Arbid, revelou que após o ex-bicheiro ser transferido do presídio federal no Rio Grande do Norte para Mato Grosso em dezembro de 2017, seu genro, Giovani Zen teve uma proposta de “voltar ao jogo do bicho”, que não foi aceita. Para ele, o tempo em que passou detido foi de sofrimento e não compensa.
Arcanjo revelou ao juiz Geraldo Fidelis, da Segunda Vara Criminal de Cuiabá, na tarde desta quinta-feira (02), como é sua rotina diária. Na ocasião, disse não ser ignorante para voltar a cometer crimes, e destacou que o tempo que passou na cadeia foi de sofrimento. Além disso, enfatizou que tem feitos alguns cursos, voltando a estudar.
"Passei 15 anos da minha vida sofrendo. Só Deus sabe o que sofri. Você acha que sou ignorante? De me prejudicar por causa disso”, disparou ele.
Arcanjo foi denunciado anonimamente de que teria voltado a comandar o jogo do bicho ao sair da prisão. A denúncia aponta que ele passou a atuar intensamente no comando dos jogos de azar, usando “jagunços, capangas, serviçais e armamento pesado”.
Porém, ele conta que não é mais proprietário da empresa Colibri, e quando deixou a prisão teve proposta para atuar novamente no jogo, mas recuou. Sobre isso, ele pede ao magistrado que seja identificado o denunciante, porque o acusou injustamente.
Durante a audiência, também foi ouvido o genro de Arcanjo, Giovani Zen, responsável pelos negócios do ex-bicheiro. Ele contou que foi procurado por Alberto Jorge Toniasso, que teria oferecido uma ‘sociedade’ a ele, o que foi negado de imediato.
Alberto Jorge Toniasso afirmou em boletim de ocorrência ter sido agredido por funcionários do Arcanjo. Ele foi convocado para depor no mesmo juízo, no dia 13 de setembro, audiência que contará com a presença de João Arcanjo Ribeiro e sua defesa.
ENTENDA
No dia 26 de junho o ex-comendador foi denunciado anonimamente porque teria mandado “capangas” para explodir o veículo de outro de seus concorrentes. Além disso, no dia 10 de julho cheques e anotações em nome de João Arcanjo Ribeiro, sua ex-esposa, Silvia Chirata Arcanjo Ribeiro e do filho João Arcanjo Ribeiro Filho, foram apreendidos pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
As apreensões foram feitas na casa do suspeito Marcelo Gomes Honorato, que é acusado de usar máquinas de cartão de crédito para aplicar golpes.