A médica Letícia Bertolini (detalhe), que foi indiciada pela Polícia Civil
DA REDAÇÃO
A Polícia Civil indiciou a médica Letícia Bortolini por homicídio doloso, omissão de socorro, fuga de local de acidente e embriaguez ao volante.
A médica é acusada de atropelar e matar o verdureiro Francisco Lucio Maia, 48 anos, na Avenida Miguel Sutil, no dia 14 de abril deste ano, em Cuiabá.
O inquérito foi conduzido pela Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran).
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) constatou em laudo que a velocidade média do Jeep Compass, conduzido por Letícia, era de aproximadamente 103 km/h.
Os peritos utilizaram dois trechos para estimar a velocidade, definidos por três pontos, sendo eles, antes, durante e após o atropelamento.

Ela assumiu conscientemente o risco de produzir o acidente, razão pelo qual foi alterado o indiciamento originário da investigada
No inquérito, o delegado Christian Cabral, títular da Deletran, informou que analisou todo o conjunto de fatores do acidente, levando em consideração o comportamento da vítima e, principalmente, o da médica durante e depois do acidente.
“Ela assumiu conscientemente o risco de produzir o acidente, razão pelo qual foi alterado o indiciamento originário da investigada”, disse o delegado.
Na conclusão do inquérito policial, o delegado considerou que o fato da vítima apresentar capacidade psicomotora comprometida por ter ingerido bebida alcoolica, confirmado em laudo pericial, fazer a travessia fora da faixa de pedestre e estar empurrando um carrinho de verdura, não tiveram influência significativa na causa do acidente.
"A vítima ao atravessa a faixa direita e central da Avenida Miguel Sutil, permaneceu movimentando no local em que viria a ser atropelada, por aproximadamente 6 minutos e 25 segundos, período em que alguns condutores de veículos que passavam pelo local desviaram da mesma, enquanto outros imobilizaram seus veículos sobre a própria via. Fato esses que evidenciam a previsibilidade e evitabilidade do acidente objeto de investigação", destaca.
Conforme relatório do delegado, os mesmos elementos revelam que a médica “foi absolutamente incapaz de prever e evitar o fatídico atropelamento da vítima, o que é consonante com a embriaguez e excesso de velocidade discutidos nos autos”.
Atropelamento e morte
O atropelamento do verdureiro ocorreu por volta das 20 horas, do dia 14 de abril, após a médica deixar uma festa com open bar de cerveja.
A vítima foi atingida no momento que terminava de atravessar o via. O verdureiro tentava subir com seu carrinho na calçada quando foi atingido pelo carro e morreu no local.
O veículo não parou para prestar socorro e foi encontrado em um condomínio no Bairro Jardim Itália, na Capital, após uma testemunha seguir o veículo e informar a Polícia.