Primeiro candidato ao governo do Estado a ser sabatinado pelos profissionais do Grupo Gazeta de Comunicação - TV e Rádio Vila Real, TV Pantanal, Gazeta Digital e Jornal A Gazeta -, Mauro Mendes (DEM) afirmou em entrevistas nos programas Tribuna e Jornal do Meio Dia, nesta segunda-feira (20), que vai governar “sem olhar para o retrovisor”, crítica direta, embora velada, a seu principal adversário na disputa pelo Paiaguás, o governador Pedro Taques (PSDB).
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Mendes falou de suas propostas e ressaltou enxergar a necessidade de uma reforma administrativa no governo que promova uma redução de cargos e, consequentemente, custos. Nesse contexto, disse que pretende reduzir o número de secretarias das atuais 23 para cerca de 15 e realizar um corte de aproximadamente 30% no número de cargos comissionados.
Confira os principais trechos das entrevistas:
O senhor vem dizendo que o governador Pedro Taques não fez o dever de casa e que o Estado estaria quebrado. Qual suas proposta para equilibrar as contas do Estado?
Mas isso é público. Na semana passada foi veiculado na imprensa que as viaturas da Policia Militar foram recolhidas pelo fornecedor por falta de pagamento. A Santa Casa de Rondonópolis fechou por falta de repasses. Se um cidadão perguntar para o prefeito de sua cidade, ele vai confirmar que o governo de Mato Grosso está atrasado meses e meses no repasse da saúde, no repasse do transporte escolar. Os Poderes também estão com repasses atrasados. Fornecedores estão há meses sem receber. Então precisamos, sim, de uma reforma administrativa. A atual administração anunciou 5 vezes uma proposta e, até agora, não enviou para a Assembleia. A reforma tributária, até hoje, não saiu. Quando fui prefeito, reduzi de 23 para 17 secretarias, cortamos os penduricalhos de cargos políticos. No governo, vamos cortar tudo que é possível e tudo dentro da lei. Vamos reduzir secretarias e tudo que não comprometa a máquina pública.
Hoje o governo tem 23 secretarias, o senhor pretende reduzir para quantas?
Estamos fazendo um estudo técnico e já temos alguns números. Nós acreditamos que é possível tocar a gestão com 15, 16 secretarias. É possível prestar um bom serviço, economizando mais, para sobrar dinheiro para saúde, educação e segurança. Terá cortes de 30% de cargos comissionados para sobrar recursos.
Caso o senhor seja eleito, vai solicitar auditoria em todos os contratos do governo?
Na Prefeitura de Cuiabá, eu toquei a partir de 1º de janeiro de 2013, até 31 de dezembro de 2016. Se for a vontade de Deus e do povo de Mato Grosso eu me tornar governador, esse assunto de auditoria, eu vou entregar para o Tribunal de Contas, que tem essa responsabilidade; para o Ministério Público, que tem essa responsabilidade; e para as auditorias internas do Estado, que têm essa responsabilidade. Vou administrar a partir de 1º de janeiro, não vou ficar culpando ninguém e nem olhando para o retrovisor. Vou apenas administrar. Agora, se tiver algo errado e isso for identificado, será encaminhado aos órgãos de controle que tiverem a competência de apurar e, se for o caso, de responsabilizar. O meu papel será de administrar Mato Grosso e cuidar dos seus problemas e soluções, mas só a partir de 1º de janeiro de 2019, se assim Deus e o povo decidirem.
Sobre o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o senhor está prometendo dar uma solução em até um ano. Não teme cair no mesmo erro do ex-governador Silval Barbosa, que estabeleceu uma data para conclusão da obra e, até hoje, ela continua inacabada?
A minha história será totalmente diferente da que Silval teve. E muito diferente, inclusive, da do Pedro Taques. Eu não anuncio as coisas antes de ter certeza do que posso fazer. Por isso, eu pedi até um ano para estudar com profundidade a obra. De posse de números, das informações mais consistentes, com planilhas abertas, com alternativas muito bem estudadas, aí debater com o Ministério Público, com o Tribunal de Conta e com a sociedade para escolher o melhor caminho e seguir em frente, colocar em marcha a execução. Precisamos de um ano para fazer isso com seriedade e responsabilidade.
Mas existe a possibilidade de trocar o modal por outro?
Isso é um detalhamento muito técnico, com muitas informações, análises técnicas e econômicas. Não dá para fazer isso em um debate eleitoral. Seria muita irresponsabilidade e nós tomaríamos horas de discussões, sem poder divulgar a realidade dos fatos. Por isso, estamos propondo resolver a situação do VLT em até um ano, tomando as medidas corretas.
Falando em obras da Copa ainda, o que fazer com a Arena Pantanal que, para alguns, se tornou um elefante branco, com custos mensais para o Estado?
Sempre fui responsável com minhas palavras. Não falo nada que não pode ser feito. Vamos pegar a Arena dentro daquilo que se está utilizando hoje, lembrando que aquilo foi feito para ser um palco do futebol, e tentar dar a melhor ocupação possível, para justificar o investimento feito. Nós precisamos usar aquele local, maximizar o seu uso. Tem várias alternativas, mas a principal é o futebol, já que ela foi construída para isso.
Por falar em obras iniciadas no governo Silval Barbosa, o governador Pedro Taques e seus aliados vêm afirmando um suposto apoio de Silval à sua candidatura, devido à presença do MDB, partido ao qual ele foi filiado, em seu palanque. O senhor teme que isso lhe tire votos?
As pessoas podem dizer qualquer coisa: mentiras, loucuras, besteiras e conversas fiadas. Essa tentativa é uma mentira. A verdade é que eu enfrentei o Silval Barbosa, em 2010. Fui adversário dele e dizia para Mato Grosso que ele não era o melhor caminho. A verdade é que, em 2012, como candidato a prefeito em Cuiabá, enfrentei novamente Silval Barbosa. Virei prefeito, procurei trabalhar em harmonia, com serenidade, pelo bem de nossa cidade. Tive o apoio do MDB aqui em Cuiabá quando fui prefeito e, nem por isso, tive escândalo de corrupção, nem por isso, tive secretários presos. E saí de lá com 80% de aprovação. Essa conversa fiada de MDB é de quem está morrendo afogado, não tem onde se agarrar e fica inventando estórias para criar problema para o nosso lado. Mas quem está cheio de problemas é essa administração e isso tem que ser debatido, porque isso interessa ao povo.
É de conhecimento público o desentendimento entre seu vice, Otaviano Pivetta (PDT), e um de seus candidatos ao Senado, Carlos Fávaro (PSD). E, nesses primeiros dias de campanhas, o senhor tem andado muito mais com Fávaro do que com Pivetta. Essa seria uma forma de evitar mais desentendimento no seu palanque?
Absolutamente, nada a ver com isso. Foi uma estratégia definida entre eu e o Pivetta. Nenhuma chapa tem um vice com tamanha envergadura, experiência e capacidade, como nós temos. Otaviano Pivetta foi três vezes prefeito de Lucas do Rio Verde, um excelente gestor e já foi deputado estadual. Ele tem capacidade e competência para tocar uma campanha paralela à nossa. Temos um tempo muito curto até o dia 7 de outubro, então, estamos nos desdobrando e fazendo duas campanhas separadas. Uma que eu toco em algumas regiões e outra, que ele toca. E, evidentemente, teremos eventos juntos. Mas nós temos a capacidade que outros não têm, que é um vice fazendo uma campanha tão forte quanto a minha.
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