Em uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook, a pré-candidata ao Senado, juíza aposentada Selma Arruda (PSL), liberou seus eleitores de votarem em chapa fechada neste ano. Segundo a pré-candidata, quem for votar nela não precisa necessariamente seguir toda a coligação.
Além de Selma, a coligação em que o PSL está inserida tem o governador Pedro Taques (PSDB) como pré-candidato a reeleição e o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) que pretende postular uma das vagas ao Senado. No vídeo, a juíza aposentada justifica que foi preciso fazer aliança com o PSDB.
Ela também se pronunciou sobre problemas envolvendo seus novos aliados, como a prisão do ex-secretário da Casa Civil e primo do governador, o advogado Paulo Taques. Segura de que o partido fez a escolha certa ao se aliar aos tucanos, a juíza detalhou aos seguidores que o PSL teve que fazer aliança com PSDB para garantir tempo na propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão e assim poder mandar sua mensagem ao eleitorado.
Porém, avisou que os simpatizantes de seu projeto não precisam manter a fidelidade aos demais membros da coligação, tanto na majoritária quanto nas proporcionais. “O PSL sozinho não poderia prosseguir porque não tínhamos candidatos ao Governo, nós não teríamos tempo de TV. O PSL teria menos de 1 segundo de TV. Não teríamos como mostrar o projeto sem este tempo. Se abríssemos mão disso, certamente não iríamos eleger nenhum candidato. Agora tenho uma boa notícia: para quem acredita nas minhas ideias, acredita no meu projeto, é obvio que as pessoas não precisam votar em chapa fechada”, destaca juíza.
A magistrada conta que o eleitor tem que se sentir confortável para fazer sua escolha e não seguir ritos da coligação. Ela destaca que a população pode não acreditar nos candidatos, que são aliados. “Aquele que acredita na Selma e não acredita em A ou B que está na coligação, pode perfeitamente votar na Selma ou em outro governador, em outro deputado federal, em outro senador também, que são os dois votos este ano”, comenta.
Na ocasião, Selma descreveu os pontos que levaram o PSL a se aliar a Taques, mesmo com o PSDB estando suspostamente envolvido em escândalos. Ela argumentou que o PSL desistiu da candidatura própria e as pré-candidaturas ao Governo polarizaram em cima de três figuras públicas.
A do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM), ela descartou por estar aliado com MDB, partido que ela rechaça veemente por conta de escândalos de corrupção na gestão de Silval Barbosa, que era filiado a sigla. “MDB é o partido de onde saíram as pessoas que depredaram o Estado, que estava Silval Barbosa e aqueles secretários que fizeram aquela festa que resultou no desvio de mais de R$ 1 bilhão”, assinalou.
Já em relação ao senador Wellington Fagundes (PR), a ex-magistrada disse que estaria compondo com PC do B e PT, siglas consideradas de extrema esquerda. “O diretório nacional impede veementemente alianças com estes partidos”, justificou.
PRISÕES NO PAIAGUÁS
Para ela, o único que ainda não tinha impeditivo para aliança era o PSDB, que lançou nesta semana o governador Pedro Taques como pré-candidato a reeleição. Sobre os escândalos de corrupção na atual gestão, a juíza aposentada destacou que o governador não colocou impeditivos para investigações.
Ela disse ainda que, apesar de incomodar, Pedro Taques não pode ser responsabilizado pelo fato de ter familiares presos. “Eu fiquei muita decepcionada com essa situação, mas eu confio na justiça e confio no desfecho que este caso vai ter. Acho que as pessoas envolvidas tem que ser responsabilizadas. Às vezes, as pessoas não entendem, o governador ter o primo que fez isso. Bom, às vezes, eu posso ter também um primo que cometeu um delito e nem por isso eu sou delinquente assim como ele. Não estou dizendo que este primo do governador seja efetivamente culpado ou não. As coisas estão em julgamento. Mas eu digo vocês: o governador nunca tentou impedir essas investigações”, finalizou.
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