Empresário faz deleção premiado e afirma que Pedro Taques comandou caixa 2 e desvio de dinheiro público em 2015

Segundo a reportagem da Folha de São Paulo, as irregularidades nos processos licitatórios teriam começado a ocorrer a partir de outubro de 2015 e envolveram pelo menos 23 obras de reforma e construção de escolas públicas que totalizam mais de R$ 56 milhões. Além disso, durante seu depoimento à Justiça de Mato Grosso em junho do ano passado,

Em meio a campanha para buscar a reeleição, o governador Pedro Taques (PSDB) vira alvo não de seus opositores ao governo, mas do chamado “fogo amigo” que pode atrapalhar uma eleição que era considerada até tranquila. Primeiro foi o cabo Gerson Arruda Filho que o colocou na cena da “grampolândia”, como um dos grandes responsáveis pela esquema de escutas telefônicas no Estado. Agora é o empresário Alan Malouf, que em delação homologada pelo ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) o coloca como um dos grandes integrantes de um esquema de desvio de dinheiro público e repasses de caixa 2durante a campanha ao Governo de Mato Grosso em 2014. A colaboração é sigilosa.

Todo o suposto envolvimento do governador Pedro Taques foi publicado na edição desta terça-feira do jornal Folha de São Paulo. O jornal confirma que a colaboração foi homologada no dia 19 de abril e que o sócio do Buffet Leila Malouf é acusado de participar do esquema investigado pela "Operação Rêmora", que apurou esquema de fraudes em licitações e pagamentos de propina na Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT).
Segundo a reportagem da Folha de São Paulo, as irregularidades nos processos licitatórios teriam começado a ocorrer a partir de outubro de 2015 e envolveram pelo menos 23 obras de reforma e construção de escolas públicas que totalizam mais de R$ 56 milhões. Além disso, durante seu depoimento à Justiça de Mato Grosso em junho do ano passado, Alan Malouf disse que a campanha de Pedro Taques ao Governo do Estado recebeu Caixa 2 e o então candidato sabia disso.
Além de Taques, o deputado estadual Guilherme Malouf (PSDB) e o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) também foram citados no depoimento. Segundo o empresário, o esquema da Seduc servia para pagar dívidas de campanha de Leitão. Guilherme Maluf teria recebido R$ 40 mil de Alan Malouf.
Em nota, o governador Pedro Taques negou "enfaticamente as afirmações levianas do investigado Alan Malouf". Segundo ele, todas as movimentações financeiras da campanha de 2014 foram registradas na prestação de contas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Taques diz que já prestou depoimento à PGR sobre o assunto e apontou equívocos nas falas de Malouf. Diz que não fez acordo com Silval.
Para o tucano, Malouf tem "o claro propósito de desviar o foco das acusações que pesam contra si" e disse que "constituiu advogados para atuar no processo judicial e garantir que a verdade prevaleça". O governador ainda afirma que rescindiu 14 dos contratos alvo da Operação Rêmora e impediu prejuízos aos cofres públicos. "Desta forma, do total de R$ 56 milhões em contratos, a Controladoria Geral do Estado apurou que o dano potencial esteja na ordem de R$ 370 mil, que será ressarcido no procedimento de responsabilização das empresas envolvidas."
Também em nota, Nilson Leitão afirma que ao longo de sua vida pública, nunca solicitou recursos ilícitos ou pediu para que alguém o fizesse em seu nome. "Não tenho nada a temer e estou sempre à disposição da Justiça, porque defendo que pessoas públicas têm a obrigação de dar explicações", afirmou.
Segundo ele, a acusação é requentada, vazia e mentirosa, baseada em 'disse-me-disse' de condenado a 11 anos de cadeia que tenta atingir sua candidatura para obter vantagem em acordos com a Justiça. "Confio e espero também que, ao cabo disso tudo, sejam punidos exemplarmente aqueles que tentam me prejudicar e me envolver em ações criminosas mesmo sabendo que sou inocente", disse.

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