prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) negou, nesta terça-feira (07), ter usado notas fiscais âfriasâ para comprovar gastos da Verba Indenizatória enquanto foi deputado estadual.
Na semana passada, a Assembleia Legislativa foi alvo da Operação Déjà Vu, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Segundo a investigação, empresas de fachada eram usadas para emitir as notas a deputados.
No caso de Emanuel, teriam sido emitidas 13 ânotas fiscais friasâ no valor de R$ 91,7 mil ao longo de dois anos.
âEu vou provar que não tenho nada a ver com isso. Mais um assunto que vou provar que nada tenho a ver. Nunca soube disso. Nunca fiz isso. Nunca recebi nada ilícito e vai ser um assunto que vou provar na Justiça que não tenho absolutamente nada a ver com isso. Não recebi um centavo. Em hipótese algumaâ, disse.
Emanuel afirmou que a Verba Indenizatória era de responsabilidade de sua equipe de gabinete. Entretanto, negou acreditar que algum dos funcionários possa estar envolvido no esquema.
âTenho uma equipe. Quem mexia com isso é a equipe de gabinete, como é até hoje, agora com a verba de gabinete, mas que não precisa prestar contasâ, explicou.
âTenho certeza que minha equipe não estava envolvida em esquema algum. Tudo isso será esclarecido. Confio nos meus assessores. E tenho certeza que eles não estariam envolvidos em nenhum esquema que pudesse ter origem ilícitaâ, disse.
Emanuel afirmou que o processo começa a ser estudado por seus advogados para que ele possa se explicar na Justiça.
âHouve a denúncia. Eu respeito o trabalho do Ministério Público e é bom que denúncias servem para acusar ou para inocentar. E, no meu caso, tenho certeza que será mais uma oportunidade que terei de mostrar para população, e comprovar para minha família, que meus 30 anos de vida pública continuam ilesos e respeitáveisâ, afirmou.
Alair Ribeiro/MidiaNews
"Será mais uma oportunidade que terei de mostrar para população que meus 30 anos de vida pública continuam ilesos e respeitáveis"
Entenda a operação
A operação foi desencadeada nas primeiras horas do dia 02 de agosto, em setores da Assembleia.
O pedido de busca e apreensão feito pelo Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco Criminal) e Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), ao desembargador João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
O documento é assinado pelos promotores de Justiça Antonio Sergio Cordeiro Piedade (coordenador do Naco), Marcos Bulhões (coordenador do Gaeco), César Danilo Ribeiro de Novais, Rodrigo de Araújo Braga Arruda, Carlos Roberto Zarour César e Samuel Frungilo.
Conforme o Ministério Público, as ânotas friasâ eram utilizadas para simular a compra de materiais de papelaria e informática e assim justificar os gastos dos parlamentares com a verba indenizatória. O MPE aponta para um desvio de mais de meio milhão de reais.
Além de Emanuel, também são investigados o atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho, os deputados Ondanir Bortolini, Zeca Viana e Wancley Charles Rodrigues de Carvalho, além do ex-deputado José Riva.
Estão envolvidas no suposto esquema as empresas GB de Oliveira Comércio ME, HC da Costa Campos e Cia Ltda ME, VPS Comércio ME e VH Alves Comércio ME.
Em troca da emissão das notas frias, segundo as investigações, os proprietários das empresas recebiam 10% de seu valor.
O MPE destaca que, em depoimento, os empresários investigados Hilton Carlos da Costa Campos, Victor Hugo Alvez, Vinicius Prado Silveira e Gabriel de Oliveira Silveira confirmaram a emissão das notas frias tendo como destinatários alguns parlamentares, ocasião em que ressaltaram jamais terem entregues os materiais constantes nos documentos.
Fonte: Querencia em Foco com DOUGLAS TRIELLI E CAMILA RIBEIRO .
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