Cabo protocola novo depoimento e exige oitiva de governador e ex-secretário em MT

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O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Correa Junior, solicitou no último dia 3 de agosto prestar novo depoimento na ação penal que trata do caso dos grampos ilegais em Mato Grosso. O pedido está sob análise do juiz Murilo Mesquita de Moura, da 11ª Vara Criminal Militar do Estado.
No pedido, a defesa de Gerson Correa alega que o reinterrogatório é considerado “imprescindível” para a busca da verdade real dos fatos. Destaca ainda que ele é o único dos cinco réus que está colaborando com o processo. "O seu reinterrogatório é imprescindível como foi o anterior, onde o único que buscou a mostrar a verdade da Grampolândia Pantaneira, invocou o princípio constitucional da busca da verdade real, neste momento seja para melhor esclarecer os fatos e também para objetivar os benefícios do acusado Gerson Luiz Ferreira Correa Junior sob pena de cerceamento de defesa", assinala.
Ainda nas alegações sobre a necessidade de se prestar um novo depoimento, a defesa aponta que o cabo falou no dia 27 de julho em “estado de fadiga”. Isso porque, a audiência começou às 13h00 e o depoimento do cabo só iniciou após às 23h00.
Ele ainda prestou depoimento por cerca de 6 horas e explicou que “alguns pontos” precisam ser melhor explicados. Além disso, outros fatos podem ser revelados. "Após o acesso ao interrogatório e minuciosa análise, tanto do interrogado bem como de seus defendentes, restaram prejudicados alguns pontos a serem melhor esclarecidos e explicitados tanto para o órgão acusador bem como ao magistrado e os juízes coronéis", diz a petição.
No depoimento do dia 27 de julho, o cabo Correa confessou ter participado do esquema dos grampos ilegais no Estado. Ele alegou que, em 2014, foi convidado pelo coronel Zaqueu Barbosa para participar de um processo de investigação contra policiais militares que estariam praticando crimes.
Todavia, no decorrer do serviço, foi orientado a procurar o advogado Paulo Taques, então coordenador jurídico da campanha de Pedro Taques ao Governo do Estado. Ele “financiou” o sistema de interceptações ilegais com cerca de R$ 50 mil. 
Já no decorrer da campanha, a pedido de Zaqueu, passou a inserir números de alvos políticos para serem interceptados. Entre eles, estavam dos advogados José do Patrocínio e José Antônio Rosa, que atuavam nas campanhas de Lúdio Cabral e de Janete Riva, além do jornalista José Marcondes “Muvuca”, que também concorreu ao Governo.
A ex-amante de Paulo Taques, Tatiane Sangalli, também foi alvo de interceptações, assim como a deputada estadual Janaína Riva (MDB). Para Gerson Correa, os responsáveis pelo esquema foram o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, e o governador Pedro Taques.
DEPOIMENTOS DOS TAQUES
A defesa do cabo Gerson Correa também voltou a pedir que o governador Pedro Taques e o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, seja interrogados na ação penal. Este pedido já havia sido feito anteriormente, mas ambos não falaram porque são investigados em ação que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre os mesmos fatos. "Outrossim, em virtude dos esclarecimentos carreados aos autos, torna-se necessário ouvir na qualidade de testemunha as pessoas de Paulo Cesar Zamar Taques e José Pedro Taques", diz a petição assinado pelos advogado Tiago Abreu e Neyman Monteiro.
Além disso, pede que o empresário José Marilson dos Santos, dono da placa usada para os grampos, seja reinterrogado. Em seu depoimento, Correa disse que Marilson tinha interesse na exploração comercial do Sistema Sentinela, que seria elaborado para a prática de interceptações na PM.

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