Edésio Adorno
A política é ou deveria ser um instrumento a serviço da melhoria das condições de vida da população. Tudo que atinge as pessoas, seja de forma positiva ou negativa, é resultado de ação política. Até a qualidade do ar que abastece nossos pulmões, para variar, depende de decisão dos engravatados de Brasília.
A política não é pop, mas está no sangue, na palma da mão, no preço do arroz, da carne e do feijão. Política é vida, assistência médica, educação, saúde, doença e morte.
O político pode ser diferente, sentir e agir com amor e respeito ao seu semelhante; pode ser indiferente ao ingente sofrimento de tanta gente. É o político que determina quem vive, quem morre e quem deve rastejar na indigência ou refestelar na opulência.
Ainda assim, per si, a política não é boa e nem ruim. Ela é polimórfica e multifacetária. Se presta a todas as finalidades e produz o resultado pretendido por quem consegue manejá-la. É apenas um instrumento, portanto.
Depois deste inócuo, porém inoculante preambulo, vamos ao que interessa. O X da questão, aqui, é chamar atenção para uma predatória ação política deflagrada pelo suplente de deputado Ademir Brunetto (PSB), no exercício do mandato parlamentar, por força de questionável arranjo político.
Pois bem! O dito cujo suplente chegou à Assembleia Legislativa e, de bate pronto, revelou a que veio e a que interesses representa. O proposito de Brunetto é acabar com a Unemat e inviabilizá-la financeiramente.
O golpe de misericórdia em uma das instituições mais importantes do estado depende apenas da aprovação, pelo plenário da AL, de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que suprime o Artigo 246 da Constituição do Estado.
Edésio Adorno Se submetida a PEC Brunetto a exame de impressão digital, os peritos podem revelar os dedos e das papilas dérmicas das mãos do governador Pedro Taques.
Eximir o governo do estado da obrigação de repassar a Unemat, com regularidade, um percentual definido em lei (atualmente 2,5%) sobre a receita liquida corrente (RLC), para custeio, manutenção, desenvolvimento de pesquisas e expansão de Campus universitários, é o mesmo que assinar o atestado de óbito da instituição.
Sem autonomia financeira, a Unemat torna-se presa fácil para políticos predatórios, que se beneficiam com o analfabetismo e com a abundância de mão de obra não qualificada. Brunetto não tornou-se algoz da Unemat por questões de somenos importância.
O apagado representante de Alta Floresta é apenas a voz e a fácil visível de inimigos mais poderosos da instituição. As assinaturas dos deputados Doutor Leonardo (SD) e Wilson Santos (PSDB), líder e vice-líder, respectivamente, do governo na Assembleia, escondem coisas inimagináveis por nossa vã filosofia.
Se submetida a PEC Brunetto a rigoroso exame de impressão digital, os peritos da Politec podem revelar sinais dos dedos e das papilas dérmicas das mãos do governador Pedro Taques.
É de obviedade ululante, que um suplemente acomodado no parlamento, por prazo predeterminado de 90 dias, não seria atrevido ao ponto de apresentar um projeto tão nefasto e pernicioso aos interesses dos trabalhadores. Brunetto é respaldado pelos notórios e não notórios inimigos da universidade pública, livre e gratuita.
Acabar com a Unemat representa um negócio da China para os grupos econômicos, que corrompem autoridades, são inatingíveis pelos órgãos de controle externo e de fiscalização, financiam políticos e monopolizam o rico mercado do ensino privado. A Unemat entrou no radar dessa gente ou dessa matilha de lobos famintos. Vamos defende-la?
Edésio Adorno é advogado em MT e escreve exclusivamente para este Blog toda sexta-feira. E-mail: edesioadorno@gmail.com
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