O vereador Marcelo Bussiki (PSB) acredita que os argumentos utilizados pelos colegas para barrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foram apenas “desculpas” para que o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) não fosse investigado.
Emanuel foi flagrado em vídeo enchendo os bolsos do paletó com R$ 20 mil, provenientes de propina, para apoiar o ex-governador Silval Barbosa (PMDB). O vídeo foi feito pelo ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Corrêa, quando o prefeito exercia o mandato de deputado estadual.
Os vereadores alegaram impedimento para a CPI, justamente, porque os atos foram cometidos por Emanuel antes do mandato de prefeito. Segundo o presidente do Legislativo municipal, Justino Malheiros (PV), a investigação foi considerada ilegal pela Procuradoria da Casa.
Após ser questionado sobre as “desculpas” alegadas pelos colegas, Bussiki concordou que os argumentos são fracos e disse que em uma consulta na Câmara dos Deputados foi apontado ser “possível a perda do mandato parlamentar por conduta praticada antes do exercício do mandato, desde que o fato fosse ilícito à época em que foi praticado, que o mesmo seja capaz de atingir a honra e a imagem da Câmara dos Deputados e, por fim, que tal conduta seja desconhecida do Parlamento”.
Bussiki foi o autor do requerimento de abertura da CPI. Apenas seis vereadores assinaram o documento durante a sessão desta terça-feira (29). Além do próprio Bussiki, defenderam a investigação contra Emanuel, os vereadores Felipe Wellaton (PV), Gilberto Figueiredo (PSB), Joelson Amaral (PSC), Abílio Júnior (PSC) e Dilemário Alencar (PROS).
“O desgaste fica, pois a Câmara deveria fiscalizar o prefeito. A CPI era respaldada, pois ele poderia responder pela conduta indigna ao cargo. As imagens mostram que a conduta do prefeito é incompatível e deveríamos apurar toda a questão”, concluiu Bussiki.