Irmão de paulo Taques 'correu' para reunir documento e esconder propina

 
Gazeta Digital
Informações divulgadas pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPE) demonstram que Pedro Jorge Zamar Taques, preso na quarta-feira (9) durante a Operação Bônus, a 2ª fase da Bereré, tentou reunir documentos para dar aparente legalidade a um contrato de serviços advocatícios supostamente utilizado como forma de recebimento de propina.
Ainda segundo as investigações, Pedro Jorge Taques agia em nome de seu irmão, o ex-secretário de Casa Civil, Paulo Taques, no esquema executado no Departamento de Trânsito (Detran) envolvendo a empresa EIG Mercados para o desvio de cerca de R$ 27,7 milhões de 2009 a 2015.
Visando explanar a situação, o MPE apresentou um contrato assinado no dia 6 de outubro de 2014, dia seguinte às eleições gerais de 2014, em que o governador Pedro Taques (PSDB) foi eleito e Paulo Taques escolhido chefe da Casa Civil.
Foi assinado um substabelecimento em que o escritório D’Almeida Cordeiro & Mesquita Advogados Associados, contratado pela EIG Mercados, repassava a Pedro Jorge Zamar Taques os poderes que lhe foram outorgados para a defesa dos interesses de tal empresa.
Conforme interpretação do Ministério Público, o contrato era apenas uma forma de garantir o pagamento de propina a Paulo Taques em troca da garantia da manutenção do esquema durante o novo governo.
Após a deflagração da Operação Bereré, em fevereiro de 2018, foi amplamente divulgado o contrato suspeito firmado entre a EIG e Pedro Jorge Zamar Taques. Visando dar legalidade, o advogado passou a formalizar documentos de cobranças de impostos sobre o suposto serviço prestado. “Em função dos últimos acontecimentos, me vi obrigado a recolher impostos de todos os valores recebidos do escritório do Dr. Daniel (Escritório que outorgou os trabalhos a Pedro Jorge)”, afirmou Pedro Jorge em mensagem enviada a uma secretária de EIG mercados.
“É de se destacar que ‘os últimos acontecimentos’ a que ele se refere dizem respeito à presente investigação, ou seja, pelo fato de estar sendo investigado, ele precisa produzir documentos que façam parecer serem legais as suas atividades relacionadas à EIG Mercados Ltda decorrentes de ‘acordos verbais’, assim selados para atuação oculta dada a sua ilicitude”, afirma o Ministério Público. 
Mais de R$ 30 milhões foram pagos em propina aos investigados da Operação Bônus. De acordo com o Ministério Público a organização criminosa era formada por 40 pessoas, entre elas, políticos, funcionários públicos e empresários que se utilizavam do contrato da empresa EIG Mercados Ltda junto ao Detran para lavagem de dinheiro e recebimento de propina.

Segundo o MPE, a organização era composta por 3 núcleos autônomos: Liderança, Operações e Subalterno. 

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