O Ministério Público (MPE) não relacionou o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, na leva dos sete políticos indiciados por recebimento de suposta propina durante o governo Silval Barbosa (2010-2014). O inquérito foi instaurado nesta terça-feira (24) pelo promotor Clóvis de Almeida.
Foram indiciados os deputados Ezequiel Fonseca (PP), Baiano Filho (PSDB) e José Domingos Fraga (PSD), e os ex-deputados Hermínio J. Barreto, Airton Português, Alexandre César e Antônio Azambuja.
O deputado Wagner Ramos também foi denunciado pelo filho de Silval, Rodrigo Barbosa, por recebimento de propina. No entanto, o parlamentar não aparece nos vídeos gravados por Silvio.
Nos vídeos em questão, os sete políticos acusados pelo MPE apareceram enchendo caixas de papelão e os bolsos dos paletós com maço de dinheiro supostamente oriundo de propina. O vídeo foi gravado pelo ex-assessor de gabinete de Silval, Sílvio Correa.
Conforme a delação de Silval – na qual motivou o inquérito do MPE – o dinheiro recebido pelos deputados é parte de uma propina de R$ 600 mil que foi rateada entre os parlamentares da Assembleia Legislativa (AL-MT).
Silval afirma que a quantia foi desviada de programas sociais do governo do Estado, como o MT-Integrado – responsável pela pavimentação das rodovias estaduais. A propina, segundo Silval, era uma chantagem dos deputados para que eles não “atrapalhassem” a aprovação de projetos de lei de interesse do governo na Assembleia Legislativa. A prática então ficou configurada como “mensalinho”.
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, também aparece nas imagens recebendo dinheiro no gabinete de Silval. Em determinado momento do vídeo, os bolsos do paletó de Pinheiro estavam tão cheios de dinheiro que os maços começam a cair no chão.
Com o não indiciamento de Pinheiro, pelo menos nessa primeira leva, reforça a tese da defesa do prefeito que afirma que o dinheiro na verdade era um pagamento de pesquisa eleitoral.
O trabalho teria sido feito pela empresa de Marco Polo Pinheiro (irmão do prefeito). Segundo a defesa, o prefeito de Cuiabá então foi até o gabinete de Silval receber o pagamento dessa dívida de seu irmão.
Além de Pinheiro também aparecem no vídeo recebendo a suposta propina a prefeita afastada de Juara, Luciane Bezerra (PSB), que na época era deputada. O deputado Gilmar Fabris também aparece nas imagens. No entanto, nesse registro, ele não recebe o suposto mensalinho.
Muvuca Popular