
O ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB) presta depoimento nesta quinta-feira (15) e há grande expectativa para que ele confesse que tenha participado ativamente de um esquema que fraudava licitações em obras na Seduc. Permínio esteve à frente da pasta entre janeiro de 2015 e junho de 2016.
A possível confissão do ex-líder da educação deverá acontecer durante depoimento à juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, em uma audiência que terá início às 13h30. Caso não confesse hoje, o ex-secretário tende a ficar em silêncio perante a magistrada abrindo brecha para que seja reinterrogado em 2017.
Permínio Pinto está preso preventivamente no Centro de Custódia da Capital (CCC) desde 20 de julho. Ele foi detido durante a segunda fase da operação Rêmora, denominada "Locus Delicti". Investigações do Ministério Público Estadual (MPE) apontaram que, durante o período em que liderou a Seduc, o ex-secretário teria participado de um esquema que realizava licitações irregulares e cobrava propinas de construtoras.
A situação do ex-secretário se complicou ainda mais após depoimento do empresário Giovani Belatto Guizardi, dono da Dínamo Construtora, na última segunda-feira (12). Guizardi afirmou que Permínio era o líder dos esquemas de fraude que ocorriam na secretaria.
Conforme o empresário, o ex-chefe da pasta "mandava e desmandava". Ainda em depoimento, Guizardi afirmou que efetuava repasses de propinas para Permínio dentro da casa do ex-secretário. “Entreguei propina para o Permínio umas duas vezes na garagem do prédio dele. Outras vezes eu subi no apartamento dele. Em uma dessas ocasiões, inclusive estava a esposa, e outra vez o Fábio e o Wander", declarou o dono da Dínamo Construtora.
NOVA FASE DA RÊMORA
Nesta quarta-feira, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e o Naco (Núcleo de Ações de Competência Orignária) deflagraram a terceira fase da "Operação Rêmora", denominada “Grão Vizir”. Um dos alvos da nova etapa da operação foi o empresário Alan Ayub Malouf, preso nesta tarde.
Alan Malouf é apontado como o principal mentor do esquema de corrupção na Seduc. Ele e o primo, o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), teriam sido beneficiado com 50% de R$ 1,2 milhão arrecadada pelo empresário Giovani Guizardi através da coação de empresários.
OUTROS DEPOIMENTOS
Além do ex-secretário, a juíza irá ouvir outros dois réus na operação nesta quinta-feira. Os ex-superintendentes de Infraestrutura Escolar, Wander Luiz dos Reis e Fábio Frigeri, que chegaram a ser presos, mas foram soltos, irão depor nesta tarde.
Já nesta sexta-feira (16), está prevista a oitava do ex-assessor especial da Seduc, Fábio Frigeri. Já no dia 19, será ouvido Juliano Jorge Haddad.