Wilson diz em debate que prefeitura não pode servir de laboratório para estagiário

Crédito: Edson Rodrigues

Em quase duas horas de debate, realizado na manhã deste sábado (22), pela Rádio Centro América FM, o candidato do PSDB Wilson Santos mostrou porque está mais preparado para ser o futuro prefeito de Cuiabá. O seu concorrente, o deputado Emanuel Pinheiro (PMDB), não soube responder, por exemplo, assuntos que mexem com a vida da população, como a educação. “Ele não sabe responder. A prefeitura não será um laboratório”, afirmou Wilson.

Quando o candidato Wilson Santos pediu a Emanuel que apresentasse as principais características do sistema educacional vigente em Cuiabá, Emanuel enrolou e não respondeu. Preferiu dizer que assinou um Termo de Compromisso com o Sintep (Sindicato dos Trabalhadores na Educação). Termo que ele assinou e mandou entregar, já que não compareceu ao debate realizando na quinta-feira (20), no Colégio Liceu Cuiabano. Wilson foi, conversou e debateu por quase duas horas com os profissionais da educação e assinou na ocasião o Termo de Compromisso que contém sete itens.

Como Emanuel não respondeu, na réplica Wilson explicou que Cuiabá tem como organização o ciclo de aprendizagem, que trabalha por períodos mais longos que o seriado e que cada ciclo respeita o tempo de cada criança, já que algumas aprendem mais rápido. “Emanuel entende pouco da educação. Fiz a pergunta, e ele não consegue, desviou. Cuiabá não pode ser laboratório para estagiários”, disparou.

O debate realizado neste sábado foi o segundo neste segundo turno das eleições (o primeiro foi na Rádio CBN). Com a mediação do jornalista Aldair Santos, o debate foi dividido em seis blocos e teve a participação do comentarista político e historiador Alfredo da Mota Menezes e também de ouvintes que fizeram várias perguntas. Dentre os assuntos, foram discutidos temas como educação, segurança, geração de emprego e renda, saneamento básico, saúde.

*Casos Metamat e Empaer

Já de cara, ao citar o irmão de Wilson, o dirigente da Metamat Elias Santos, que foi exonerado pelo governador Pedro Taques ao pressionar servidores para que comparecessem a um evento noturno de campanha, Emanuel recebeu como resposta que durante a campanha de Silval, em 2010, houve o caso Empaer.

“Em 2010 eu disputei o governo do Estado contra Silval e houve o caso Empaer. Ele [Silval] respondeu um processo longo porque a diretoria usou e-mails par convocar e chegou a pagar diárias para uma reunião política [em Cuiabá]”, disse Wilson. “Quando Silval cometeu um crime, ele [Emanuel] ficou calado, não abriu a boca e não se indignou. No caso do meu irmão, ele se indignou”, completou. Quanto ao seu irmão Elias Santos, Wilson disse que ninguém está acima da lei, seja irmão, pai, sobrinho. “É a quarta vez que disputo na Capital e é a primeira vez que acontece isso. Meu irmão errou, e Taques acertou”.

Direito de resposta

No segundo bloco Wilson pediu direito de resposta para responder ataques de Emanuel que o envolveu e o chamou de mentiroso ao tentar responder a uma pergunta de Alfredo da Mota Menezes sobre sua aposentadoria na Assembleia Legislativa pelo FAP (Fundo de Assistência Parlamentar), aos 37 anos. Por ser um crítico ferrenho da maneira como ocorreu a aposentadoria, que também teria direito, mas que abriu mão por considerá-la imoral, Wilson foi tachado de “figura carimbada” e que tentou atingir com mentiras a reputação de candidatos em eleições passadas. Emanuel também envolveu o nome de Wilson como se tivesse respondendo a algum processo por supostas irregularidades na obra do Rodoanel, que foi iniciada por Wilson e depois foi paralisada.

“Quero registrar que foi concedido para mim o primeiro direito de resposta. Já tinha avisado que seria agredido. O meu marqueteiro em 2004 e 2008, é o mesmo marqueteiro da sua campanha”, disse Wilson a Emanuel. Sobre o Rodoanel, que já tem a conclusão de 8,5 km dos 39 km previstos, Wilson explicou que a obra foi paralisada durante a gestão de Chico Galindo (PTB) – que apoia Emanuel -  que o substituiu quando ele saiu em 2010 para disputar o governo do Estado.

“Eu sonhei com esta obra, assim como sonhei com a ETA Tijucal, com a Avenida das Torres”, afirmou, e explicou que a obra passou para a União e agora voltou para o governo do Estado. Ele disse que existem divergências em relação a medição dos lotes 1 e 2 e que também deverá pedir uma perícia e exigir que o governo determine a medição do lote 3.  “Nunca fui chamado para falar sobre a obra. Virou ação e está na oitava vara”, explicou, acrescentando que a partir de agora terá a oportunidade de esclarecer o assunto, em juízo.

Segurança

Wilson também falou sobre as medidas que pretende adotar na área de segurança pública que, embora seja atribuição do Estado, tem o apoio do município. “Vou ser o primeiro prefeito a aderir ao Pacto de Segurança com o governador Pedro Taques. A prefeitura deve colaborar. Vamos investir em vídeo monitoramento, trazendo segurança nos pontos de ônibus, nas universidades; em um programa de iluminação com lâmpadas LED; implantar a Guarda Municipal para cuidar da segurança, principalmente nas escolas e ser parceiro de programas da Secretaria Estadual de Segurança, como o Cara Limpa Contra as Drogas”, explicou.

Geração de emprego

Para a área de geração de emprego e renda, Wilson disse que pretende trazer de volta o Cuiabanco (Banco do Povo Cuiabano), uma instituição que vai conceder empréstimos para viabilizar pequenos negócios com valore entre R$ 500 e R$ 5 mil, com 90 dias de carência e 12 meses para pagamento. “Vamos criar cursos de alfaiate, de costureira, padaria artesanal”, anunciou, dentre outras ações.

Saúde

Em relação à saúde, Emanuel elogiou o trabalho feito pelo atual prefeito Mauro Mendes, que está construindo junto com o governador Pedro Taques o novo Hospital e Pronto-Socorro da Capital. “Quero parabenizar o prefeito. Se Deus permitir, vamos dar continuidade a esta obra”, disse Wilson, garantindo, também, que vai abrir o diálogo com o sindicato dos Médicos.

Durante o debate Wilson explicou a uma ouvinte sobre qual é a sua proposta para tratar crianças com distúrbio de aprendizagem, como a dislexia. Ele afirmou que irá criar centros especializados, com profissionais como neuros e fonoaudiólogos. Segundo Wilson, indicadores mostram que de 10% a 12% das crianças apresentam distúrbios e não só de dislexia. “A criança leva mais tempo para aprender e começa a sofrer bullying e às vezes a professora não está capacitada para perceber o que está acontecendo”, disse o candidato. “Dislexia não é doença, já foi diagnosticada com um distúrbio. Grandes gênios, como o pintor Pablo Picasso, o cientista Albert Einstein e Steve Jobs [fundador da Apple], eram dislexos”, salientou.

Nas considerações finais, Wilson agradeceu pela audiência e ressaltou sua confiança em ser eleito no dia 30 de outubro. “Pesquisas mostram nossa chegada. Sempre fomos de virada. Quero ser um prefeito maduro, que não vai fazer da prefeitura um laboratório. Quero governar para os 600 mil cuiabanos”, concluiu.




Related Posts: