Crédito: Mayke Toscano
Eleitora mais experiente entre os cerca de cinco mil presentes no auditório Arara Azul do Hotel Fazenda, dona Maria Benedita Martins de Souza, 96 anos, provocou momento de maior emoção no megaevento da virada, convocado pelo governador Pedro Taques (PSDB), para o candidato a prefeito Wilson Santos (PSDB) e seu vice Leonardo de Oliveira (PSB). Quando foi anunciada, a plateia bradou “Dante! Dante! Dante! Dante! Dante! Dante!”, por quase um minuto.
Na sequência, dona Maria Martins de Oliveira passou sua orientação para os eleitores presentes. “Vocês querem fazer a coisa certa? Votem em Wilson Santos, número 45, no dia 30 de outubro. E vão procurando mais eleitores, mais amigos para votar em Wilson”, declarou, sob aplausos calorosos.
“É um exemplo esta senhora, quase centenária. Ela deixou a sua casa para vir a uma reunião política. E ela não tem obrigação de votar. Gerou o maior governador da história de Mato Grosso: dona Maria Martins de Oliveira, é um orgulho tê-la aqui”, agradeceu Wilson, emocionado.
Leonardo de Oliveira, herdeiro político de Dante, lembrou que o tio foi um exemplo, sempre preocupado em fazer política para melhorar a vida das pessoas. “Desde que me entendo por gente, Dante marcou época e merece que sua história seja contada para a nossa juventude. Nossos jovens precisam ser estimulados pela política, a ingressar na vida pública, com ideais republicanos”, sintetizou Leonardo.
Dante Martins de Oliveira morreu em 6 de julho de 2006. Ele teve intensa militância política, desde quando era estudante de Engenharia Civil, no Rio de Janeiro, quando militou no Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), de ideais socialistas.
História rica
De volta a Mato Grosso, em 1976, Dante de Oliveira se candidatou a vereador por Cuiabá sem aval da família e ficou na segunda suplência, mas isso não o desanimou.
Depois, Dante conquistou seu primeiro mandato: vaga na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em 1978. Então, em 1982, foi eleito deputado federal. Em 1985 se elegeu prefeito de Cuiabá, cargo que conquistou pela segunda vez em 1992. Ocupou também o cargo de ministro da Reforma Agrária em 1986, no governo José Sarney.
Em 1994, deixou a Prefeitura de Cuiabá para disputar o governo de Mato Grosso. Ele foi eleito governador em 1994 e reeleito em 1998, sempre com vitória no primeiro turno. Seus governos transformaram o Estado e contribuíram para quintuplicar o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso, nos últimos 20 anos.