Os seis candidatos a prefeito de Cuiabá voltaram a se encontrar em mais um debate eleitoral na manhã deste sábado (24). Com cinco blocos, o confronto foi realizado pela Rádio Centro América FM (99,1) e marcado pela apresentação de propostas, com poucos momentos mais ásperos entre os postulantes Emanuel Pinheiro (PMDB) e Wilson Santos (PSDB), que trocaram críticas em assuntos como a Revisão Geral Anual (RGA) dos servidores e o Fundo de Assistência Parlamentar (FAP), benefício recebido pelo peemedebista.
Alan Cosme/HiperNoticias
No primeiro bloco os candidatos puderam fazer perguntas com tema livre para qualquer adversário. O assunto mais abordado foi a Saúde pública.
A ex-senadora Serys Slhessarenko (PRB) abriu a rodada alfinetando Emanuel Pinheiro ao questionar Wilson Santos sobre a proposta de instalação de um hospital materno infantil no atual Pronto-Socorro de Cuiabá. Serys disse que Emanuel teria copiado a sua proposta. Wilson, por sua vez, também afirmou que pretende transformar o PS em uma unidade obstetrícia e pediátrica. E ouviu Serys lembrá-lo de que foi prefeito por duas vezes, mas não conseguiu dar prioridade para essas áreas da Saúde.
Ainda sobre o tema, Emanuel Pinheiro questionou Renato Santtana (Rede) sobre suas propostas para o setor. Renato garantiu que, se for eleito, dará prioridade para a saúde preventiva.
Na sua vez, Wilson Santos escolheu Procurador Mauro (Psol) e mudou de assunto. Questionou como o candidato do Psol pretende realizar as suas propostas, como a estatização do sistema de transporte público, diante de um cenário de crise financeira nacional, que tem atingido estados e municípios. Para o procurador, a crise não tem afetado a prefeitura da Capital, que deverá ter arrecadação tributária de R$ 520 milhões em 2016. Por isso, reafirmou que é possível sim o município assumir o transporte público, com redução gradativa da tarifa até chegar a “tarifa zero”.
O segundo bloco contou com a participação do professor e cientista político Alfredo da Mota Menezes, que questionou todos os seis candidatos sobre propostas que constam nos programas de governo protocolados na Justiça eleitoral de Mato Grosso.
Foi no terceiro bloco que o clima começou a esquentar entre Wilson e Emanuel. O tucano tocou em um dos temas mais críticos para a campanha do peemedebista, o FAP. Emanuel, ao se defender, afirmou que não se trata de uma aposentadoria, mas um plano de previdência para o qual contribuiu e que, por isso, tem direito de receber. Também lembrou o Wilson de que o ex-governador Dante de Oliveira, que dá nome à coligação do tucano na disputa, também recebia a pensão. Emanuel recebe pouco mais de R$ 25 mil mensais. Durante o debate, disse que Wilson “não se contem com a mania de mentir”, o que gerou direito de resposta no bloco seguinte. O tucano rebateu afirmando que o FAP é um privilégio, que ainda ronda os parlamentos.
Alfredo da Mota Menezes voltou a questionar os candidatos no 4º bloco. Julier Sebastião respondeu sobre a adoção da meritocracia na avaliação dos profissionais da Educação municipal. O ex-juiz federal foi contrário ao método.
O cientista político depois questionou Wilson e Emanuel Pinheiro sobre a RGA. Enquanto o peemedebista criticou o não pagamento integral da revisão, afirmando que o governo agiu “com violência contra os servidores e traiu a categoria”. “Propôs o RGA como queria e mesmo assim está fazendo o escalonamento dos salários”. Em defesa do governo, Wilson lembrou que o Brasil vive uma das maiores crises econômicas da história e as previsões negativas para as prefeituras nos próximos anos, inclusive com possibilidade de atraso de salários em Cuiabá. ‘Se ganhar na falácia, na conversa bonita, vai ter problemas para administrar Cuiabá”, disse Wilson sobre o discurso de Pinheiro.
Por fim, os candidatos fizeram suas considerações finais, pedindo voto ao eleitor. No domingo (25), eles voltam a se enfrentar. Dessa vez, no segundo debate promovido pela TV Record, do Grupo Gazeta de Comunicação. Começa às 21:30h.
