Nos debates ocorridos entre os candidatos até aqui, a postura de Julier tem se destacado pelas constantes brigas
POLÍTICA
18/09/2016 15:40:30 506 acessos
Diário
Aos 47 anos, Julier enfrenta pela primeira vez um pleito eleitoral. Podia ser a segunda, não fosse sua primeira investida em 2014, ao governo do Estado, ter dado com os burros n’água, no episódio que ficou conhecido como... Bom, o episódio nem ficou bem conhecido e já foi até esquecido, dado que o partido de Julier era o PMDB e ali as escolhas e mudanças são, digamos, dinâmicas. (Nada que supere também a novela PSB/PSDB neste ano, temos que convir).
Julier deixou a magistratura há dois anos, mas o sangue de juiz continua correndo nas veias. Nos debates ocorridos entre os candidatos até aqui, a postura de Julier tem se destacado pelas constantes brigas.
O mato-grossense nascido em 27 de junho de 1969, no distrito de Mundo Novo, em Chapada dos Guimarães, tem mostrado que “não leva desaforo para casa”. Outro dia, o próprio presidente do PDT, deputado estadual Zeca Viana, reprovou a postura do seu candidato. Zeca prefere que, ao invés de agressões pessoais, sejam apresentadas propostas.
Nos debates e em qualquer outra oportunidade Julier – que é formado em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso e atuou como advogado, procurador do Estado e juiz federal – não escolhe os alvos.
Emanuel Pinheiro foi citado por Julier no rumoroso “caso das falsas esmeraldas”. A cutucada não ficou de graça: Emanuel devolveu acusações para o ex-juiz. No programa eleitoral, citou que o ex-juiz federal teve bens bloqueados e foi alvo de busca e apreensão na residência e no escritório, devido à operação Ararath. Julier não gostou de ser ele próprio o alvo: recorreu à Justiça, que determinou que Emanuel retirasse as matérias ofensivas.
Para Julier, “é inadmissível que os candidatos ao cargo de prefeito de uma Capital, ao invés de mostrarem a que vieram, mantenham o objetivo de degradar e ridicularizar a imagem dos demais candidatos”.
Nem o pacato candidato Renato Santanna (Rede), porém, escapou da fúria de Julier, e foi chamado de “laranja” pelo ex-juiz. Santanna afirmou que Julier é “despreparado emocionalmente” e que vai acioná-lo na Justiça, por calúnia e difamação.
Em outro bate-boca com Serys Slhessarenko, candidata do PRB, Julier lembrou do envolvimento dela nas investigações do caso que ficou conhecido por “máfia dos sanguessugas”, sem considerar a posterior absolvição dela.
Serys acusou Julier de desrespeitar as mulheres. Em debate na OAB, a ex-senadora usou o “chumbo trocado” e levou uma série de documentos para comprovar que Julier responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
No programa eleitoral de ontem, as provocações de Julier aos candidatos continuaram. Ele usou seu tempo de exposição para afirmar que as candidaturas de Wilson Santos e Emanuel Pinheiro seguem “amarradas”. “Nesta eleição, há candidatos que estão tão amarrados que nem parecem concorrentes”, destacou.
Segundo Julier em 2005, Emanuel Pinheiro foi secretário de Transportes de Cuiabá na gestão de Wilson e Emanuel teria implantado a passagem de ônibus mais cara do país. Julier citou ainda que Pinheiro é do mesmo partido que o ex-governador Silval Barbosa, preso no Centro de Custódia da Capital por conta da operação Sodoma, que investiga diversos crimes de corrupção.
Julier critica a aposentadoria precoce de Emanuel, a idade de Serys, a suposta incoerência de Procurador Mauro, a falta de propostas de Renato e diz que “a turma de Wilson já pode pedir música no Fantástico”, porque teria se envolvido “em pelo menos três grandes escândalos de corrupção”.
PT NA CAMPANHA – Ao lado de Julier está a professora Jusci Ribeiro, candidata a vice pelo Partido dos Trabalhadores, envolvido nos últimos anos grandes escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros crimes descobertos no país. Segundo Julier, quem responde a processos são representantes do partido em nível nacional – e que nenhum representante local está inserido neste cenário. A presença de Jusci, para ele, “vem a somar”.
Como bandeira de campanha e que foi usada por tantos outros (como Pedro Taques e Rogério Salles), Julier Sebastião empunha a bandeira da “operação Arca de Noé”, que levou o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro à prisão.
Na função de juiz, Julier foi o responsável por julgamentos de casos de grande repercussão em Mato Grosso, entre eles da fraude que ficou conhecida como "escândalo dos maquinários", que teria desviado mais de R$ 44 milhões por meio do programa MT 100% Integrado. Julier determinou que dois ex-secretários de Estado devolvessem aos cofres públicos o dinheiro desviado em 2009.
Em 2009, Julier comandou a operação Pacenas, que investigava supostas fraudes no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) em Cuiabá e Várzea Grande. O nome da Operação é a grafia inversa da então empresa municipal de água e esgoto da capital, Sanecap. Empresários e servidores públicos foram os alvos. Ao final, as acusações foram anuladas por falta de provas, mas o município de Cuiabá acabou perdendo R$ 300 milhões em recursos federais para obras de saneamento.
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